Identificação e mapeamento de territórios tradicionais no Espírito Santo
Apresentação
Entendemos o território enquanto fruto e processo relacional de apropriação social do espaço, sempre em movimento. Todos os sujeitos e grupos sociais constroem sua existência material, simbólica e afetiva a partir da apropriação do espaço, no qual constroem seus modos de viver. Considerar o território como um processo relacional no espaço e no tempo implica entendê-lo como uma constante construção, onde se reelaboram as relações histórico-sociais com o espaço material.
A combinação dessas relações irá configurar as características do território, de acordo com as formas de apropriação, uso e/ou domínio do espaço que se efetivam e se desdobram ao longo de um continuum que vai da dominação político-econômica à apropriação mais subjetiva e/ou cultural-simbólica, conforme os projetos dos sujeitos e grupos sociais. Essas relações existenciais e/ou produtivistas vivenciadas pelos sujeitos sociais constituem a multidimensionalidade do vivido territorial e caracterizam as marcas da apropriação do espaço que se efetivam, ou seja, suas formas de territorialidade.
As diferentes formas de territorialidade são construídas por processos de territorialização, que se encontram no âmbito das estratégias intencionalmente criadas e exercidas pelos grupos sociais para a manutenção de seus territórios. Essas formas de territorialidade estão vinculadas a distintas matrizes de racionalidade, que diferenciam os projetos hegemônicos e contra-hegemônicos, que engendram comportamentos, representações e investimentos nos tempos e nos espaços sociais, culturais e cognitivos.
Objetivo geral
Realizar estudos teóricos e empíricos a respeito dos territórios e das formas de territorialidade constituídas por povos e comunidades tradicionais no estado do Espírito Santo.
Metodologia
Estudo bibliográfico de trabalhos relacionados aos povos e comunidades tradicionais, seus modos de vida, saberes e formas de territorialidade específica; levantamento e estudos de documentos referentes às comunidades a serem estudadas: Comunidade Indígena de Areal (Linhares/ES), Comunidade Quilombola de Degredo (Linhares/ES), Comunidades Pescadoas de Povoação e Regência (Linhares/ES), Comunidade Pescadora de Barra do Riacho (Aracruz/ES); trabalhos de campo, onde será possibilitado o conhecimento empírico das comunidades e a percepção de suas formas de territorialidade, por meio de entrevistas, oficinas de memória e mapeamento participativo do território; sistematização dos dados levantados em bibliotecas, arquivos e nas oficinas realizadas com as comunidades; produção cartográfica a respeito dos territórios tradicionalmente ocupados com o uso do software ArcGIS, a partir das referências indicadas pelas comunidades e georreferenciadas; elaboração de relatórios referentes aos territórios tradicionalmente ocupados na Planície Costeira do Rio Doce.
Equipe de trabalho
Simone Raquel Batista Ferreira - Coordenadora